Trombose Do Viajante
Trombose e Viagens.
A Trombose Venosa, doença tão falada ultimamente, acontece quando o sangue contido dentro das veias coagula, formando uma espécie de gelatina que obstrui a veia e pode soltar-se e acabar na circulação pulmonar. Essa temida complicação chama-se Embolia Pulmonar e pode até levar à morte.
A trombose está ligada a fatores genéricos e individuais. Entre os genéricos, o mais importante é a imobilidade. Fatores individuais estão ligados ao uso de medicamentos, fumo e fatores genéticos por exemplo.
Durante viagens prolongadas ( considere prolongada qualquer viajem maior que 6 horas ) o tempo de imobilidade com as pernas para baixo é um fator que aumenta a chance de trombose. O espaço reduzido e a imobilidade são tão importantes no problema que a Trombose do Viajante já foi chamada “Síndrome da Classe Econômica”, uma referencia ao pouco espaço ocupado pelas cadeiras desse tipo nos aviões de carreira.
De uma maneira geral recomendamos a todo aquele que irá fazer uma viajem de maior tempo adote as seguintes medidas;
Não fique muito tempo imóvel na poltrona, mude a posição com frequência pois isso facilita a circulação sanguínea.
Faça movimentos tipo acelerar/frear com os pés de meia em meia hora, caminhe nos corredores sempre que for possível e seguro.
Evite colocar bagagens embaixo da poltrona, vai restringir os movimentos da suas pernas
Evite a desidratação. Beba água e sucos e evite bebidas alcoólicas, pois essas aumentam a chance de desidratar e podem induzir sono profundo ( que aumenta a imobilidade)
Evite o uso de sedativos ( tendem a deixar a pessoa em sono profundo – e com as pernas imóveis)
Caso haja algum fator individual que predisponha à ocorrência de trombose, como varizes, cirurgia pouco tempo antes da viajem, histórico de trombose pessoal ou na família, parto há menos de 6 semanas, inchaço crônico nas pernas e outros, recomenda-se uma consulta com um Angiologista/ Cirurgião Vascular antes da viajem. Podem ser necessárias medidas adicionais de prevenção como medicamentos ou uso de meias e o melhor caminho sempre é ter a orientaçãoo de um especialista.
No mais, não deixe que o medo de uma patologia relativamente rara estrague o seu prazer de fazer aquele passeio sonhado. Lembre-se que medidas simples evitam o problema e que a prevenção é, sempre, o melhor remédio.
Boa viajem!
Dr. Ronaldo Conforti Costa
Angiologia/ Cirurgia Vascular
CRM ES 7620
Presidente da Regional ES da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular
Coordenador Médico do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital estadual de Urgência e Emergência